DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO...
Oi, gente! =)
Há muito tempo atrás eu costumava escrever pra caramba... hoje eu penso muito, mas não consigo escrever mais nada que preste... essa crônica/carta eu escrevi quando eu passei no vestibular pela primeira vez. Conta um pouco da minha história tb... pensando bem esse post é um porre de chato, mas... se alguém tiver paciência... pode ler ae!!
Abraços, meus queridos e queridas =)
ANA BNN
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Sorocaba, fevereiro de 2003.
PARA NÃO EVITAR O INEVITÁVEL...

E a hora chega. Sempre chega. Nunca duvidei disso, mas é sempre mais fácil pensar em tudo como “futuro”. Anos atrás comecei a me preparar para o vestibular. Com concorrência e tudo, sem cursinho e mesmo não acreditando na “instituição” vestibular eu cheguei lá. Não por mérito próprio, é claro, mas com a ajuda preciosa de professores que foram além de suas obrigações para incentivar a mim e a tantos outros estudantes a sonhar mais alto, a enxergar mais longe.

Hoje sou oficialmente uma universitária... no bom sentido, é claro! hehe

A história seria linda, com final feliz e lágrimas de alegria se não fosse pelo fato de que chegar a cursar uma faculdade é somente o começo de algo que você pensou que já havia começado quando perdeu o primeiro dente, ou algo assim. Crescer é isso. É isso e não é nada demais se não fosse pelo fato de que é tudo. É sua alegria, sua tristeza, seus planos, sua vida. (Vida é o que acontece quando estamos preocupados fazendo outras coisas... essa frase não é minha, mas é deveras bacana).

Pode ser frustrante, mas, uma vez que se chega LÁ, o mundo não pára para parabenizar-lhe, o presidente não liga para sua casa para oferecer uma bolsa de estudos, você não é indicado automaticamente para o Nobel, você não consegue se livrar da rotina; apenas vive-a de outra maneira.

As provas e os trabalhos não são abolidos da vida universitária. Não quero desanimar ninguém (tarde demais?), mas acho importante saber que não há tanta magia assim. O que realmente existe são as novas, as outras possibilidades. O que existe são os amigos novos, com idéias novas, ritmos de vida diferentes. O que existe é a oportunidade única de preparar a comida mais horrível do mundo e mesmo assim apreciá-la. O que existe é o privilégio de viver em meio a pessoas absorvendo e sendo absorvidas por teorias e experiências absolutamente avassaladoras. O que existe são os projetos que podem mudar sua vida, mudar suas prioridades, fazê-lo agir. Existe. É real e está ao seu alcance na universidade mais próxima e na mais distante também (pode parecer ironia, mas as melhores faculdades sempre ficam tão longe... é quase conspiratório, um jeito de compelir-nos a nos arriscar em territórios estranhos... hehe)

Digo mais distante porque umas das faculdades em que eu entrei foi a UEL (Universidade Estadual de Londrina, no Paraná). Não dá para voltar para Sorocaba todo final-de-semana porque é caro e cansativo, mas como eu já disse para minha mãe, no Natal e na Páscoa, nós estamos aí (brincadeira, mãe!).

Estou morando com uma amiga num apartamento bem pequeno, mas aconchegante e novinho, ao lado da faculdade. Tem o bandejão no almoço (comida barata e... comestível, eu diria... hehe) e na janta tem miojo ou culinária experimental, hehe. Estou tentando arrumar um emprego para evitar que meu pai adquira cabelos brancos antes do tempo. Tem festa, tem homem, tem mulher, tem professor bom, tem professor ruim e tem conta para pagar no fim do mês, mas no geral é tudo novo, assustador e imprescindível e por isso vale a pena a saudade, o aperto financeiro, o frio na barriga, a tristeza que bate nos piores momentos, a liberdade de não precisar pedir permissão (isso é realmente bom... e perigoso, mas a gente vai aprendendo... hehe).

E de vez em quando tem até greve (se você estiver numa universidade pública isso é quase que parte do calendário) e aí você pode voltar para casa, ver o que está perdendo (ou não). Fernando Pessoa não estava errado... “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

Boa sorte para os vestibulandos. Não desanimem! Não sejam covardes! Não desprezem aquilo que fica guardado na sua caixa craniana! Não se conformem com este mundo! Ao contrário, achem a cura para AIDS. Inventem um novo combustível não-poluente. Achem a solução para a fome. Desenvolvam pesquisas, consertem e concertem erros (mesmo que para isso seja necessário errar), façam pouco e atinjam muitos, mudem o mundo, mesmo que seja por partes. Tenham sonhos impossíveis e os possíveis, efetuem-nos. O vestibular não é a parte mais difícil. É só mais um passo que temos que dar para provar que merecemos um lugar ao sol, não para ficarmos parados, fotossintetizando frustrações e medos, mas para fazer diferença real. Mesmo que isso soe como idealismo infantil, mesmo que isso pareça besteira vindo de uma idiota cabeçuda que não tem a mínima moral para dar conselhos tão “supra-reais”. Mesmo assim acreditem!

É mais além.


Ass.: A própria idiota cabeçuda em pessoa.


OBS.: Isso foi escrito há algum tempo, e o rumo que a vida da cabeçuda aqui tomou não acaba com a verossimilhança das evidências factuais e da reflexão apresentadas nesse “textículo” (ok, ok... textículo nem é tão engraçado assim, mas choca como todo bom neologismo e isso é precioso... pelo menos para a doente da autora...)
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